30 de maio de 2007

Hijo nuestro.

Gelado, prato frio. Tempo de revanche, temperatura perfeita pro momento. Hoje entraremos na arena com esse espírito. O de vingança. Na verdade todos, ou quase todos envolvidos nessa reta final de libertadores carregam esse desejo, esse anseio. O revanchismo está no ar. Santistas rezam pelo troco no Boca, por 2003. Alguns tricolores querem o Cúcuta, pelo recente revés na Colômbia e pelas seguidas derrotas sofridas no país da droga homônima ao famoso refri. Até mesmo os Rossoneros estão de olho na copa primo-pobre da Champions. Não engoliram até agora a perda do mundial pro Boca nos penais. Mas pra mim a revanche é outra.
Vila Belmiro, 2002, primeiro jogo das semi-finais. O santos que vinha numa campanha ridícula no brasileiro daquele ano nos deixou a ver navios. Tomamos 3 a 0 e demos adeus ao tri. Agora, apesar da competição ser distinta, a situação é absolutamente a mesma. No entanto em posições opostas. E se é assim, é hoje. Ah se é. A nossa vez! Vamos GRÊMIO.

25 de maio de 2007

Tente outra vez.

Na aula, inquieto, na maior expectativa e a professora não para de falar. Puta que pariu. Falava, dizia, gesticulava e eu que já não sou dos mais dedicados, nesse dia minha audiência pros conteúdos era ZERO. Não fazia idéia do que se tratava a aula, mas certo que não era novidade, tipo planejamento em comunicação, ferramentas de comunicação dirigida, mista ou de massa. As mesmas merdas de sempre. Nessa hora minha cabeça, embora não tão longe, estava noutro lugar. Eu não deveria estar ali na aula, não senhor. Queria sair. Queria estar no shopping. Isso mesmo, pra ser mais exato no Shopping Total. Depois de quase meio ano de espera, finalmente lançariam as novas camisas, a nova coleção do tricolor. Tava agitado, nervoso. Imaginava os modelos, torcia por alguns mentalizados. Apesar da sobriedade do momento, usei da mesma tática utilizada quando bêbado no final de semana. A de mandar a mesma mensagem pra diversas destinatárias, mas dessa vez a mensagem ia pros amigos e não pras, ia escrever piranhas, mas vá lá, deixa meninas. Mandei a mesma pergunta pruns dez. Como ficaram as camisas? Como ficaram as camisas? Como ficaram as camisas? Como ficaram as camisas?Como ficaram as camisas? Como ficaram as camisas? Como ficaram as camisas? Como ficaram as camisas?Como ficaram as camisas? Como ficaram as camisas?

Passei a aula toda olhando pro telefone. Esperava resposta. Podia ser uma mensagem, uma ligação, o que fosse. Mas o tempo se ia e nada, nenhuma notícia. Chegou uma hora que já não aguentava mais e me decidi. Feito um carioca pipoqueiro que não aguenta a pressão, simulei lesão e devidamente vaiado pela professora, me fui da aula. Saí correndo, peguei a magrela e voando rumei pra casa.

Chegando no QG, corri meu irmão do computador. Fui lá, www.gremio.net e enter. A página demorou pra carregar, esperei, esperei e a janela do fire fox simplesmente sumiu, desapareceu. Meu computador anda meio maluco, deve ser a convivência comigo, afinal já se vão uns 4 anos. Mas não ia desistir, fui lá e abri de novo, agora com o navegador do tio Gates. E lá foi outra vez www.gremio.net e enter, agora vai! E foi.. foi nada, não tinha uma só foto. Nada, nada, maldito webdesigner que não atualizou o site direito. Tive de ficar procurando pela internet até que achei um link no orkut. Quando vi, meu deus.

Que desgraça, quanta decepção. A Puma deve tá de palhaçada. Palhaçada, palhaçada... Espera! Brincadeira, isso mesmo, é uma brincadeira, pensei. Uma jogadinha de marketing. Esse pessoalzinho da comunicação sempre muito divertido e descolado, pregando mais uma peça no pessoal. Agora certo que vai saltar um banner tipo aqueles de site pornô só que ao invés de oferecer aumento peniano ou viagra vão mostrar as verdadeiras camisas. Umas bacanas, clássicas, respeitando a tradição do glorioso imortal. Quem sabe umas listras finas, tipo a lendária de 83. Esperei, esperei, cheguei até a desabilitar o bloqueador de pop-ups e nada do banner. Realmente tavam de palhaçada. O pior é que não achei a menor graça. Tão parecendo minha mãe que não satisfeita com Carlos ainda emendou um Augusto pra detonar de vez. Carlos Augusto, ô desgraça. Já a Puma, não feliz em ter feito uma camiseta com uma manga de cada cor agora me vem com essa. Que camisa ridícula, meu deus. A camisa do GRÊMIO é TRICOLOR e não azul com detalhes pretos. O preto é preto e não marrom. A listra azul é do mesmo tamanho que a preta. Que desgraça é essa? Que tipo de dirigente imbecil aprova uma camiseta bizonha dessas? Como vão deixar esses malditos designers de moda fazer experiência com o manto tricolor. Eles são umas bixas, gostam de homem. Não sabem o que é bom, não sabem de nada, não têm esse discernimento. Pelamordedeus, é muito amadorismo.

19 de maio de 2007

Fuscão preto.

Passadas as cervejas de litro da capital uruguaia, os banheiros com latrinas dos bares, o frio congelante do estádio centenário, já de volta a Poa, fiquei de cara, mordido. E ao contrário do que pode parecer, minha insatisfação não é com o time, não mesmo. Mas sim das críticas que ele sofreu.

Meses atrás, talvez anos, voltando da Hd, o Rafael magrinho, ponta direira do nosso scrach, comentou sobre a volta pra casa. Ele tava sem carro, então voltariamos de carona com seu tio. Saímos da quadra e lá tava ele esperando. Quando vi não acreditei, o cara era muito personagem. Baixinho, barrigudo, de brim e chinelo, pro Mazaroppi só faltou a pasta. Sem telha encima, cabelo nos lados, penteado ao melhor estilo José Trajano, só que de mufa maior, bem maior. Muito engraçado, uma figura. Apesar da graça, muita, seguimos. O tio dele, que infelizmente não lembro o nome disse pra esperarmos ele buscar o carro. O Rafael, com tom de ironia me largou um " só espera". Seguindo as instruções, aguardei. De repente um barulho ensurdecedor interrompe o silêncio da rua. Parecia um helicóptero e dos grandes, mas não. Quando vi, na hora pensei, tão de pegadinha, isso não existe. É filme de comédia? Cadê as câmeras, o contra regra? Aonde está o Chong. O que fizeram com o Cheech? O tio vinha num Fusca 68 todo cambota que parecia mais pular do que andar. Pra piorar, ainda era vermelho que de tão desbotado tava mais pra laranja. Estacionou e numa ginástica tremenda o tio conseguiu abrir a janela, colocou a cabeça pra fora e chamou: - Entrem! Apesar da cor, do tom avermelhado, embarcamos. Já dentro, estofados de couro, desgastados, bem gastos é bem verdade, mas de couro. Tudo muito divertido. No curto trajeto até a cidade baixa, do assunto eu confesso que não lembro, mas notei que tinha alguma coisa estranha no papo. Era muito você. Você pra cá, você pra lá. Perguntei daonde que era nosso motora maluco e com a resposta tava tudo explicado. Era de Sum Paulo mano. Na hora olhei pro Rafael e disse não. Ele respondeu que sim. Ai, ai, ai. Quase me matei rindo, não me segurei e tive de perguntar sobre o tempo da viagem. O tio dele, que certo que já tinha tomando algumas, e não eram poucas, assim respondeu: - Olha, não sei muito direito, só lembro de que saí de São Paulo num domingo e cheguei domingo. E acho que não era o mesmo. Ele achava, mestre.

De volta a Poa e a minha revolta. Porque o Nunes é um maldito, o Patricio não existe. O Lucio é uma bixa e o Gavilan é um ridículo. Pára. Quanta corneta, pelamordedeus. Eu não não discordo, não mesmo. Mas só agora que foram ver isso? A bola deles em alguns jogos, os últimos pra ser mais exato, é exceção e não regra. Certo tá o tio do meu amigo que de fusca demorou uma semana pra vir de sampa a poa. Apesar da demora, ao contrário da turma da corneta, ele não reclama. Jamais cobraria do seu simpático fusquinha o desempenho de uma Ferrari. O tal fusca até pode fazer boas jornadas, mas nao pode, de jeito nenhum, ser cobrado por isso. Que cobrem das ferraris do time. Tipo o Tcheco, não?

15 de maio de 2007

Piririm, piririm, piririm. Alguém ligou pra mim.

Passada meia noite, voltando da maldita faculdade, sentia fome. Na dúvida entre comer em casa ou na rua, optei pela segunda opção. Cachorro quente, na Getúlio Vargas com a Barão do Gravataí, o melhor da paróquia. Deixa fácil, sem esforço, o do Rosário no chinelo. É o cachorro quente do Véio, grande Waldemar. Já satisfeito fui com os amigos pruma caminhada, dizem que é bom pra digestão. Chegando ao lado do antigo Mobycenter, apesar de não ter bebido nenhuma gota, vi algo estranho, muito estranho se movendo no céu. Era brilhante, tipo aquelas estrelas dos três pedidos só que ao contrário da estrela que é pequena e some rápido, essa era maior, bem maior e continuou... Como se fosse um avião, atravessou lentamente o céu e como nos filmes de ciência, deixava seu luminoso incandescente rastro pra trás. Nessa hora eu e meus amigos estavamos impressionados, em 25 anos nunca tinha visto nada nem parecido. Me senti uma criança, tava maravilhado. Tão impressionado que somente após uns dois minutos me dei conta de filmar com o celular. Por sorte ainda peguei 50 segundos do tal cometa... Após seu sumiço no horizonte, não tardei muito e voltei pra casa. Antes de dormir ainda vi o video pelo menos umas 10 vezes. Mas quando acordei, além de ainda impressionado, fiquei preocupado. Alguns questionamentos que surgiram me deixaram meio angustiado. Será que só nós que tinhamos visto aquilo? O que será que era? E se ninguém acreditar no que vimos? Mas afina o que será que era?
Mais tarde, após banho, café e toda aquela rotina matinal fui ao computador. No meu nick de msn perguntava se alguém mais tinha visto o mesmo que eu na noite anterior. Ninguém tinha visto e além de duvidar, pra piorar, um ainda me lança essa: - Bah Carlinhos, tem que cuidar essas coisas. Fiquei sem entender, esperei completar e le continuou - Tempos atrás quando eu comecei a ver coisas por aí, minha mãe me mandou pro interior pra morar com os parentes...
Na mesma hora troquei o nick, não acreditariam mesmo. Mas ta aí, se não acreditam em mim, estamos todos mentindo. Eu, meus amigos e o CLICRBS. Se bem que esse último não tem lá muita credibilidade, mas vá lá, fazer o que?

9 de maio de 2007

Anoiteceu em Porto Alegre.

Antes da final, apesar da vantagem obtida em "Cassias", eu temia. Temi o título, a derrota, o desastre. Mas esperem, pois meu medo, que embora não se fizesse presente por conta da força do esquadrão caxiense e nem mesmo pelo meu ranço com o Mano Menezes, é justificável.

Lembrem do Rocky Balboa lastimado, de rosto sangrando. Tonto e fraco ele olha pro lado e avista o filho na platéia. Estão ali, aflitos, o guri e a esposa. Ele titubeia, balança... Agora mudamos, do Intercine pra Sessão da Tarde. Vamos de Karatê Kid. Daniel Sam na sua esperada revanche. Pela honra, a dele, da namorada, do seu Mestre - Grande Miyagii, que deus o tenha, e de mais sei lá quem, ele luta. Mas está perdendo. Assim como o Rocky ele balança, titubeia.

Todos sabem do repertório do Juventude contra o Grêmio. E aí chegamos ao ponto. O time de caxias empata no Jaconi. A desvantagem é tremenda. Assim como o pugilista Balboa e o Karateca Daniel, a papada também está ferida. Agora são três filmes. No último, um clipe passa na telinha. Lembranças das finais anteriores, das humilhantes derrotas. A música é emocionante. Os números 96 e 2001 pintados de azul giram em torno do semblante contente de gremistas. O som vai aumentando, o força dele vai quantificando a emoção. Na tela, agora as gozações. Capas e medíocres colunas de jornais, carregadas de sensacionalismo e menosprezo aparecem ao fundo negro. O vilão da imprensa, o bochechudo Kenny Braga também aparece. Diz ele, com ar debochado: - Filial, filial, filial...

O Rocky olha pra esposa, pro filho chorando. Sem forças, pela honra, ele não se abate. Resiste, reage e luta até o contragolpe. O último, avassalador. Daniel Sam faz o mesmo. Seus movimentos seguem o compasso da trilha. A trilha que o leva a vitória. Eles vencem, o Rocky, e o Karate Kid tem o esperado final feliz. O Juventude também se motiva. Se enche de força. Reage, ou pelo menos tenta. A música que deveria levá-lo a reação, e aí o meu temos mas ao contrário do que eu temia, não o leva a nada. Eles perdem, outra vez.

Mas hoje, nós, todos nós também vamos ao Olímpico feridos. Feridos e famintos por vingança. Pela goleada humilhante na sulamenricana de outrora, nós temos que ganhar. Pela má sorte no prematuro gol sofrido no nacional do ano passado, nós vamos vencer. Pelos comentários pedantes dos paulistas bossais, nosso dever é de calá-los. E é hoje. Pelo que passamos, pelo rebaixamento, por nossas sofridas mazelas. Por tudo isso merecemos a vitória, pois ao contrário da papada que não sabe porque perde, nós sim sabemos o motivo. Pois como nos filmes, quando termina, somente os heróis tem final feliz. Vamos Grêmio.