28 de abril de 2007

Infinita highway.

Janela aberta, compro ou não compro, compro ou não compro. Indeciso, fico pensando, pensando... Melhor comer alguma coisa, de barriga cheia penso melhor. Ainda mais que tem sopa, curto muito sopa. Volto com ela na caneca e mal sinal, tá fria. Na verdade é um absurdo. Dois. A sopa fria e a minha dúvida, se pela compra ou não. É que não tenho absolutamente nenhum compromisso pro dia esse. Nenhum importante. Só a aula, a maldita aula que eu não posso mais faltar. Continuo indeciso, falto a cadeira ou não? Volto de Sampa de ônibus ou avião, avião ou buzão? Arrumo alguma mentira, mais uma pra professora? Ai, ai, ai, melhor não. Tenho que sair da faculdade, e tem de ser nesse ano. Bom, vamos lá, decidi. Cliquei comprar... Puts, sessão esgotada. Tempo limite excedido. Comece novamente diz na telinha. To achando que não é pra eu voltar de avião. Se fosse supersticioso ou religioso poderia encarar como um sinal. Vai que o boeing cai? Enfim, lá vai... 03 de maio - Congonhas - Salgado Filho - Caralho, aumentou! O mesmo vôo com preço distinto, por 10 míseros minutos quarenta-e-nove-mangos a mais. Um abuso, uma dúzia de cervejas. Maldita sopa fria, maldita Varig, maldita aula. Volto de bus mesmo, até melhor. De repente dá sorte e gasto essa ficha na próxima fase da libertadores. Vindo do Rio, contra o Flamengo. Coisa boa. Recomeçaram as viagens, as longas viagens pra seguir o tricolor.

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20 de abril de 2007

La despedida.

Silêncio, silêncio. Por favor, o momento é importante, especial. Um minuto de silêncio.
Beira Rio agosto 2006, me passa um filme a cabeça. Me sinto um idiota. Em dezembro pior, as bruxas que estavam soltas, levaram minha maior crença.
Silêncio, silêncio. Por favor, um minuto de silêncio.
Vinte e quatro anos de fanatismo e devoção. Tudo em risco, em dúvida. O futebol não fazia mais sentido. Me senti confuso, enganado. Como um marido traido que descobre a outra família da esposa...
Silêncio, silêncio. Um minuto de silêncio.
O dia é importante, uma marca. Uma data. A volta do orgulho, das convicções. As mesmas crenças um dia perdidas, encontradas.
Silêncio, silêncio, ataque do inter.
Agora vai, o estádio está cheio. Lotado de sofridos e fé. A bola viaja, viaja e smack. Dois beijos. O primeiro na trave, o seguinte nas costas do arqueiro. Ela quica, rola, teima e não entra.
Silêncio, mais silêncio. Por favor, um pouco mais.
Eles vencem, mas estão fora.
Silêncio, calem-se todos.
A desclassificação é trágica. Trágica e inédita. Tão inédita quanto o título passado.
Silêncio, silêncio.
A eliminação é humilhante, constrangedora. O atual campeão do mundo não passou da primeira fase.
Silêncio, respeitem meus amigos.
Pelo momento que passam alguns deles. Pelo pesadelo, pelo trágico, pela falsa ilusão. Por terem acreditado que tudo aquilo que passaram no ano anterior não foi acidente. Eles sim foram enganados, inescrupulosamente enganados.
Silêncio, esse sim o último.
Para respeito e contemplação. Pela volta. Por todo esse momento. O dia é de festa, festejemos o futebol. O verdadeiro. Que como um pai nos ensina e as vezes castiga. Nos mostrou que os chavões prevalecem. Sim, acidentes acontecem mas a justiça tarda mas não falha.


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13 de abril de 2007

Porque não eu?


Ando desgostado, mal humorado. Irritadiço como diria o Kasper. Mas já esperava por isso, mês de aniversário vem sempre carregado de reflexões e pessimismo. Mas esse ano tá pior. Ah se tá. Deveria escrever esse texto na quinta, mas nesse dia, camarada, se tentasse escrever não conseguiria. Quebraria o teclado, o monitor, o mouse e o que mais estivesse a mão.

Me criticam por esse humor, pelo comportamento tempestivo. Falam que tenho de pensar pra cima, pelo lado positivo. Vai ver eu deva todos os dias, ao levantar, agradecer a Deus por a 25 anos despertar me chamando Carlos Augusto. Afinal nao é Godofredo. Ou quem sabe deva festejar o fato de ter conseguido chegar a 1/4 de século. Na Somália quem chega vira mito. De repente deva estufar o peito por ser brasileiro, com muito orgulho e muito amor. Afinal, não temos tsunamis, terremotos e nem aerolitos. Pára. Isso sim é pessimismo. E além disso, é medíocre, e é isso que me irrita. A mediocridade.

Uns me dizem agourento, outros pessimista. Ok, me chamem até de corneteiro se quiserem. Mas por favor me deixem também chamar o Mano Menezes do que eu melhor achar. Burro, estúpido, covarde e imbecil. Ufa. Embora bem melhor nao pararei por aqui. Pois o Brother é uma pessoa intrigante e me deixa com muitas pulgas detrás da zoreba. Apesar das inúmeras bizonhices sua popularidade segue em alta. Todos amam ele, todos menos um. Mas afinal, porque gostam tanto??? PORQUÊ?!? Batalha dos Aflitos? Gauchão 2006? Classificação pra libertadores? Quanta bobagem. Vamos lá, ponto a ponto.

UM-> Batalha dos Aflitos - Os feitos do Mano nessa campanha são realmente incríveis. Incrivelmente ele conseguiu a proeza de tomar 4 do Anapolina e de maneira não menos espetacular quase deixou o tricolor de fora da série A do ano seguinte. Nao vamos esquecer da perseguição sobre o Anderson e muito menos da tática revolucionária para o embate frente a toda poderosa União Barbarense, 4-6-0, uma beleza.

DOIS -> Gauchão 2006 - Eis o Grande mérito do Mano. Ponto pra ele e eu concordo, assino embaixo. Afinal ganhar deles, mesmo que empatando, sempre é bom. Contudo o Claudião também ganhou o ruralito. Na verdade o Gaguinho até copa do Brasil levou e não conheço nenhum tricolor que tenha ele como um grande ídolo.

TRÊS -> Libertadores 2006 - Aí começa minha bronca. Começa não, continua. Muitos comemoram a classificação pra libertadores como um feito. Mas que merda é essa? Andam comendo o quê? Cocô??? O GRÊMIO nao é o Paraná. Bom trabalho fez o Caio Jr levando o time de Curitiba pra libertadores. Se esquecem que na reta final do campeonato tinhamos 3 finais pra poder levantar o tri? 1 Santos, 2 Inter e 3 São Paulo. Das três partidas, duas em casa. No fim levamos um mísero ponto, terminamos em terceiro. Nao ganhamos a classificação, perdemos o título, o tri.

Como vou gostar do treinador responsável pelo maior vexame do tricolor em copas do Brasil? Como tolerar o técnico que tentou queimar a maior revelação do Grêmio desde o dentuço traidor? Nunca fomos tão covardes. Nunca fomos tão previsíveis. O pior é que não há evolução. O Marcel de antes é o Ramon de hoje. O XV de Novembro de outrora são o Cucuta e o Caxias de agora. Sério, não dá mais. Chega desse miserê. E o pior é que quando o critico, o criticado passa a ser eu. O defendem arduamente e ainda me perguntam. Tu quer quem? No final justificam a permanência pela falta de opção. E aí voltamos a mediocridade.

Vai ver sou mesmo mal humorado. Agourento e corneteiro. De repente tenho de me resignar e comemorar. Afinal não me chamo Godofredo, não nasci na Somália, não vivo sobre uma super placa tectônica e meu treinador é o Mano Menezes. Poderia ser o Bagé, ou quem sabe o Ernesto Guedes.

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5 de abril de 2007

Politico e Pirata.

Viajando pela blogosfera descubro nesse daqui que a deputada Manuela apresentou um projeto pra diminuição da idade mínima pra presidente da república. O projeto prevê a redução de 35 pra 30 anos. Viram, não é só mais um rostinho bonitinho na tevê. Boa moça, inteligente. É disso que precisávamos. Já estamos carentes de políticos assim. Visionários, preparados, com planejamento. Imaginem ela com 30. Além de presidente pode posar pra playboy. O cachê vai ser tão gordo que nem vai precisar de mensalão.

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3 de abril de 2007

Dentro do mesmo time.

Finde 2003, Santos. Num restaurante bem de esquina a Vila Belmiro. Após o almoço um barulho. Depois outro e mais um. Era minha barriga. Tenho certeza de que nunca precisei tão urgentemente de um banheiro. Segui apurado as intruções do funcionário, subi correndo as escadas, dobrei a esquerda, depois a direita até chegar numa área, uma grande sacada. Os banheiros eram nessa parte externa. Entrei correndo na segunda porta e sério. Tive de sair na mesma velocidade ou maior que entrei. Apesar do meu desespero, o toalete masculino não tinha a menor condição. Olhei a outra porta e não pensei nem meia vez. Emburaquei no feminino mesmo.

Já mais aliviado lia meu jornal, tinha comprado uma edição do Lance. Lido quase todo me aprontei pra sair. De repente, outro ruídos, mas esses de saltos no azulejo do piso. Agora já não estava mais sozinho, uma menina compartilhava o banheiro comigo. Quando ela entrou no seu box pensei em sair, mas vai que o namorado da moça está fora esperando, melhor ficar. Estava resignado aguardando quando pra minha surpresa tomei um susto. "PRRRRUUUUUUUUUUMMMMMMMM", "PUM", "TUM", "PLAFT", "TCHUM", "PODOLFS", "PODOLFS..." Fiquei surpreso, perplexo. O feijão não tinha sido implacável só comigo.

Fulano acorda e liga pra namorada. Vão almoçar. Já a mesa o rapaz pergunta sobre a festa. Ela tinha ido a um aniversário na noite anterior. Após a resposta, mesmo que sem questões intestinais, ele também foi vítima da perplexidade. Dizia ela que conheceu um cara, bonito, gentil, educado... Continuou relatando que se sentiu seduzida, arrepiada pelo tal mané. Mas que apesar da situação, da vontade, ela respeitou o compromisso e não se deixou levar por consideração ao namorado. Guria foi correta, pro namorado piranha. Já se ia o namoro.

Já em outra manhã, o casal acorda. Outro casal. A menina animada vem pro lado do namorado daquele jeito que o cara já sabe como inicia, desenrola e termina. Ela realmente estava assanhadinha, entusiasmada. Após a situação toda ele pergunta daonde a animação toda. A menina tinha sonhado, no entanto o parceiro da fantasia era outro. Vadia disse outro perpléxo. Outro casal rompia.

Se fizéssemos uma enquete clichê veriamos que todos cultuam sinceridade. Mas na boa, ela inexiste. E se por ventura aparecer não estamos preparados. Com as meninas então, sem chance. Se me sinto surpreendido com o fato de que uma moça pode ser tão escrota ao banheiro quanto eu, já tenho indícios que não posso com verdade feminina. Se conseguir administrar o fato da tua gatinha ter sonhado com outro, se tratando de um estímulo absolutamente inconsciente, já é dificil, imagina conceber que ela já ficou literalmente tentada a traição. Um completo absurdo.

No fim, sem idealismos, vejo que a diferença entre o que carregam as gurias que traem e as que não se deixam levar é uma só. A coragem. Porque no apagar das velas são todas infiéis, umas traem seus instintos e desejos. Outras o corno. Aí chegamos num ponto chave e perigoso. Desde já adianto que não pretendo ofender mãe, irmã ou namorada de ninguém. Mas se todas pensam igual, todas são infiéis. Logo todas, sem exceção, não passam de umas pilantras. Bingo!

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