25 de junho de 2008

Meus amigos podem.

Acordei cedo, na pilha. Li a Zero e fui pra rua. Na caminhada pela cidade baixa, na calçada, vejo pixado um FORA YEDA. Segui, mas sem antes notar a assinatura. É, agora pixação vem com assinatura. PSOL dizia. Deve ser uma seita naturista, contempladores do astro rei ou coisa assim...

Antes fosse.

24 de junho de 2008

Na zona do rebaixamento.

Droga, deveria ter sido jogador de futebol. Mais um semestre que termina e eu nao consigo terminar. Maldição. No início de 2007 faltavam 4 assessorias - pré-requisitos pra mais uma cadeira, monografia e bingo. Formado. Hoje, 3 semestres depois, das 4 assessorias, ainda faltam 2... Não que eu seja burro, pelo menos não tanto assim. Mas sério, não tem como ir pra aula, não dá. É todo semestre a mesma, absolutamente a mesma coisa. Comunicação interna, externa, diagnóstico dos públicos, colaboradores, responsabilidade social, ambiental e blá, blá, blá... Queria saber qual o lobbista que fez com que Relações Públicas seja curso superior e não técnico? Tem mutreta aí, só pode. Três semestres num Senac da vida já seria mais do que suficiente, acho.

Eu queria ser jogador de futebol e não jardineiro. E o RP é isso, o cortador de grama do estádio. Deixa tudo bonito, aparadinho, um brinco. Tudo certinho pra que no domingo a tarde os outros possam trabalhar. Não demora muito pra algum RP chato venha me alugar, e isso que eu nem falei do coffe brake...

23 de junho de 2008

O meu Brasil brasileiro.

Dois times se enfrentam na Cidade Baixa, 15 minutos ou 3 gols. Quem perde tá fora, entra o próximo. Na praça dos bombeiros todo jogo era mata a mata. Nesse, os sem camisa venceram e o gordinho com a blusa marrom suja de areia saiu. Eliminado, acabou com tudo. A bola é minha, disse antes de ir.

Bom, como o único leitor do blog deve saber, andamos em recesso. Estive de férias, Zóropa diria o Nérso da Capitinga. Na volta, cheguei ao Rio às 5 e tinha de esperar até as 10 da matina pra voltar a província. Cinco horas de espera, que desgraça. O banco duro do aeroporto fazia aumentar ainda mais a saudade da minha cama. Rola pra cá, vira pra lá. Não tinha o que fazer, não tem como dormir no banco gelado do Galeão. E pra piorar, nada pra ler. Nada, nada, nem o rótulo do desodorante que o maldito guardinha do Charles de Gaulle tirou da mochila. Piscou no raio x, pediu pra abrir a mochila e mandou: - This is the problem. E lá ficou meu desodorante de 80 centavos de euro... Depois de muita luta, consegui dar uma cochilada. Quando abri os olhos, me enchi de entusiasmo. Já deve tá na hora, vou embarcar. Mãe, tô chegando!! Que nada, eram recém 8:00.

Fui ao banheiro e na volta vi o estande da Editora Globo. Vi umas revistas, a Época trazia na capa o Casagrande. Tinha mais uma porção de revistas. Com um par delas as duas horas de espera que me restavam passariam num toque. Feito cachorro pidão, do meu banco fiquei olhando. Passou uma senhora e o negãozinho que atendia perguntou. A senhora tá voando de TAM? Após o sim da velhinha ele disse, escolha uma revista de brinde pra viagem. Pensei, é golpe. Que nada, a senhora pegou a revista e seguiu. Ora, também tô de TAM. Quero uma revista, mentalizei. Simulando mais uma ida ao banheiro, passei rente ao estande e bingo - a morena, colega do negãozinho me chamou.

Tá voando de TAM ou VARIG? Após a resposta, a moça explicou que se tratava de uma campanha de estímulo a leitura. Que eu poderia escolher qualquer revista e aparentando ter gostado de mim, abriu exceção. Pode escolher até duas. Tô bonito, pensei. Escolhi e ela seguiu. A TAM é uma das principais patrocinadoras da campanha, mas tem outras. Você possui algum desses cartões de crédito? Ali tinha uma lista imensa de cartões, e sendo assim, claro que eu tinha. - Veja agora se no seu cartão de crédito tem o número 30, pois a Editora Globo - ou a TAM, agora não lembro - está completando 30 anos e se tiver o número você ganha um superbrinde. Brinde e ainda super, eu quero! Tirei na hora o cartão. Quando ela viu, de batepronto abriu uma das revistas. Mais um patrocinador, exclamou apontando o indicador pra contracapa que trazia um anúncio gigante do Banco do Brasil. Eu tava convencido.

Meu cartão não tinha o 30, apenas um três e um 0 soltos, não juntos. Comentei que tinha mais dois cartões. - Então dá uma olhadinha que se tiver você ganha, entusiasmada exclamou novamente. Abri a carteira e nada. Meus 3 cartões tinham 3 e zeros, mas apenas separados. A morena comentou que não tinha problema, que mesmo assim serviria pro brinde. Achei estranho, dificil não ter 3 e zero dentre os vários números do cartão. Mas antes de concluir o raciocínio a menina interropeu pedindo pra que eu escolhesse um livro. Haviam dois, um do Paulo Coelho e outro nem lembro qual era. Fiquei com o segundo, era o brinde. E a moça, muito simpática, continuou. Como eu ia dizendo, essa é uma campanha promocional de estímulo a leitura, com apoio da TAM, do BB e do GOVERNO FEDERAL!!! Ela definitivamente estava animada. Nessa promoção o cliente TAM pode escolher a assinatura de 3 revistas durante dois anos gratuitamente. Três revistas, 2 anos e tudo grátis, que beleza. O senhor arca apenas com os custos de postagem, de 2 e poucos reais. Ó, tem um gasto mas eu quero, ainda tá valendo. Como são 3 revistas, duas de tiragem mensal e uma, a Época, semanal, são 7 revistas ao mês. São só vinte poucos por mês de postagem. Humm, tá bem, titubeante sinalizei. Como um dos patrocinadores é o Master Card, o pagamento é feito via cartão. São 24 meses de postagem só que o cartão aceita apenas pagamento em até 10 vezes. Assim você paga as postagens dos dois anos em 10 meses e pronto. 10 vezes de 59 reais e recebe por dois anos as 3 revistas. O golpe tava dado.

Caí feito pato, perdi igual ao gordinho na praça. Mas ao contrário dele, eu aceitei a derrota. Perdi, ponto pra morena. A bola de antes era o cartão de agora. Mas ao contrário dele, não saí do jogo. Perdi, pronto. Assinei as 3 revistas. Recém tinha chego ao brasil e a malandragem tupiniquim já se fazia presente.