Minha vontade é ser bonito, mas eu não consigo...
No Rádio o mestre Wander Wildner externa toda sua vontade em ser bonito. Ele não consegue, nem eu. Mas além disso, eu também queria ser alguma outra coisa, algo que não sou e não serei. Queria ser jornalista, juro.
Neguinho acorda cedo, é estágiário de jornalismo. Dentre suas tarefas estão pilotar o xerox, atender o telefone e quebrar o galho dos outros, do tipo fulano-leva-esse-papel-pra-lá. E pior, chega às 16 horas e apesar dele não ter mais absolutamente nada pra fazer, tem de cumprir o horário. Até as 18:30, sem choro. Mas ele não chora. Embora fudido, não reclama. Tira onda. Afinal vai ser jornalista, vai se dar bem. Ah se vai.
Lembro-me do colégio. Não existe nada pior do que ele. Nem a professora chata, a diretora rabugenta. Nem mesmo a tia do SOE. Até o gordo da turma é melhor visto. O dedo duro não tem moral. Mas apesar da má imagem ele cresce, tem vocação. No vestibular ele não tem dúvidas sobre qual curso escolher, afinal ele é um vocacionado.
Quando contratado é uma festa. Família acha legal. Filhão se deu bem. Orgulho do coroa, normalmente não tem só nome. Não é um qualquer, é aspirante a cobra. Tem sobrenome e virou repórter. Vai se dedicar a sua vocação. Delator, dedo duro. É x9 meu irmão, é x9 diriam no Carandiru. Mas isso é passageiro, um estágio. Ele vai crescer, como já disse, ele é político. E de fato se dá bem, vira grandão. Mas naquele esquema do faça o que eu digo mas não...
Geralmente é um mala, o sem amigos. Daqueles que não eram convidados pra jogar bola. O mangolão. O cara que delata a boca de fumo, a mesma a qual ele é cliente. O tipo que faz sensacionalismo com a venda desenfreada de dvds piratas quando ele tem pilhas e pilhas deles em casa. Dia desses um amigo foi a um famoso restaurante da cidade baixa. Famoso mesmo, dos bons. Ali da Olavo Bilac. E sabem quem estava lá? Ah não vou dizer, pobre homem. Senhor político, de renome, que apesar de casado e com discurso conservador e familiar, faz seu happy hour com moças que trabalham a noite. Um exemplo.
Eu realmente gostaria de ser bonito. Mas mais que isso, queria ser jornalista. Desses dos grandes. Afinal eles são lordes celestiais. Estão acima do bem e do mal. Vai ver é daí o glamour e o romantismo que existe por trás do jornalismo, e eu queria, ah como eu queria estar nessa posição. Gostaria de poder encher a cara de whisky e ser contundente contra o consumo de álcool. Queria ser casado, senhor conservador e ao mesmo tempo me esbaldar com putas de luxo. Queria falar de futebol, ser ouvido, criticar, cornetear sem mesmo nunca ter encostado numa bola. De acusar torcedores sem nem mesmo conhecer o ambiente da arquibancada. Gostaria de ter moral pra cobrar empenho e comprometimento dos meus subordinados e poder dormir no trabalho. Ah como eu queria essa vida de rei, essa vida de Wianey.
11 Comments:
mestre!
FENOMENO !!!
GÊNIO, GÊNIO!
abra uma exceção para o conservadorismo da crônica esportiva gaúcha: são todos apologistas da poligamia.
Um brinde a poligamia.
realmente carlos, esse está muito bom
e viva a poligamia
Viva a durmida na frente do PC!
AUGUSTO!!!! VAI ESTUDAR Q TU CONSEGUE!!!! AGORA BONITO JÁ É MAIS DIFICIL...
bonitas palavras...
mas mesmo assim preferia não ter visto aquelas fumaças durante o jogo, principalmente quando pediram para parrar pois tava atrapalhando o jogo, e os malandrinhos a "eu sou o geraldino injustiçado" continuaram....
Dia desses um jornalista(não me lembro o nome) entrevistado pelo juca Kfouri disse bem. "Se juntássem Pelé, Tostão, Garrincha pra uma partida sem torcida não ia ser importante. Porque o futebol só é importante com a presença da gente, da atmosfera toda que faz ele realmente muito importante".
Futebol não se faz só dentro de campo.
Cara, como faço pra tu liberar esse texto: eu tive a idéia de fazer um roteiro de filme. Eu quero fazer um curta-metragem em cima dessa maravilha. Me esforçarei pra fazer mais uma bomba dessas pra cima dessa imprensa sem-vergonha. PARABÉNS!!!
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