Libertadores 2006.

Após o título do Inter, ontem à noite, parei pra refletir. Um fato desses colocam realmente em dúvida anos e mais anos de convicções. Tudo que eu entendia por futebol caiu água abaixo. É como acordar e, ao melhor estilo "Independence Day", ver pela janela uma supernave extraterrestre parada no céu. Ou como ligar no JN e ver o William Bonner anunciar um ataque Alemão aos Norte Americanos, dando início a III Guerra Mundial. Ou até mesmo descobrir que um dos meus amigos de infância agora tem namorado. Um completo absurdo.
Não vou aqui tentar desprestigiar o título dos do Beira Lago, não agora. Mas confesso que tinha por concepção, todos na verdade tinham, o conceito de clube ganhador. Um libertador da América precisaria de pessoas vitoriosas. Gente com culhão, time de camisa, tradição. No mínimo uma perspectiva lutadora. Camisa sangrando, guerras campais. Jogadores carimbados, jogos memoráveis...

Agora vamos ao Inter. Digam-me, por favor. Qual partida inesquecível fora a final? Onde estão as brigas? A virada espetacular? O gol no último minuto? O penal heroicamente defendido? Meu Deus, aonde estão?

Mesmo com o Fernando Carvalho contratando o Abelão, mesmo que a equipe do projeto Tóquio colorado começasse com o Clemer. Depois da direção vermelha proibir bêbados na partida decisiva. Até mesmo depois dos diretores colorados ficarem enraivecidos com a fumaça dos sinalizadores, no dia do maior título de toda sua medíocre história. Mesmo assim, depois de todos esses esdrúxulos equívocos, temos mais um grande na capital, deixando o anonimato pro Cruzeirinho e Zequinha. Não dá pra entender. Igualando-me ao comentário de um anônimo, acho que futebol realmente não deve ser levado tão a sério. Porque se um time qualquer consegue com legitimidade alcançar quase os mesmos feitos de heróicos esquadrões, os títulos estão banalizados. E assim vemos que o futebol se perdeu e que a competição não faz mais sentido.