27 de maio de 2006

Momento AQUI AGORA.

22 horas de segunda. To cansado e faz frio. No telefone, Jesus me chama, diz que viria me pegar. Nem lembrava mais do convite, mas enfim me aprontei e lá fui eu com o homônimo de Cristo. Desci e fomos pra Avenida Diário de Notícias, o jogo seria na Associação dos Servidores da Smov. Chegando lá, buzinamos. A rua completamente escura e nada de abrirem um portão. Atrás já cola um Gol branco, do time adversário, aparentemente. Seguimos ali e um barulho. - Sai do carro, sai do carro caralho!!! Parecia brincadeira, não era. Um moreno armado gritava, parecia nervoso. Saímos do carro, eles eram 4. Agora postos dois em cada auto. Atravessamos a rua com passos lentos e mãos ao alto. Arrancaram os carros e pá, pá, pá, pá. Quatro estouros. Não entendia o que estava acontecendo. Quando ia ligar pra polícia, escuto um urro, de dor. Meu companheiro de tantas viagens pelo GRÊMIO estava no asfalto, deitado e segurando o ombro esquerdo. Chamei "la policia" e comecei a sentir câimbras nas costas. Olhei pra baixo e tomei um susto, minha camisa manchada, enxarcada. Vermelho sangue, bem escuro, quase preto. De camisa grudada ao corpo na escuridão e esperando ajuda, já meu amigo não conseguia falar. Eu sentia uma ardência estranha e minha visão começava a ficar turva. Como se tivesse pairado uma grande neblina, e o nevoeiro aumentava, aumentava...
- Olha ele, ta se mexendo. Vai acordar, acordar... BUM! Uma claridade absurda, não conseguia enxergar. Eu estava deitado e minha família em volta da cama. Minha mãe antes de qualquer coisa disse, às 14 horas é o horário de visita. Meia hora depois lá estavam elas, meus amigos, dos mais antigos aos camaradas que acompanham o tricolor comigo. Todos estavam muito calados, eu tinha sono e sede, pedi pro meu irmão um pouco de água. Com o quarto do hospital cheio ele esbarrou em alguém e derrubou o copo no meu pé esquerdo. Sei que foi no esquerdo, pois vi, porém não senti nada. Tentei levantar, não consegui. Não sentia minhas pernas. Me desesperei, em vão. Lesão na coluna, paraplégico é a palavra. Perguntei pelo meu amigo, Jesus. Falecido na ambulância*.
* Estou vivo e andando. Jesus também. No entanto a história é verídica, por completo. Não nos atiraram, mas poderiam. Como fazem com muitos todos os dias...

5 Comments:

At 11:52 AM, Blogger aiatolaabacate said...

tá, SUBLINHA que a história é verídica até os 'pá, pá, pá, pá'.

 
At 1:02 PM, Blogger Carlinhos Caloghero said...

Pum, pum, pum ficaria melhor?

 
At 5:36 PM, Anonymous Anônimo said...

Tua sorte que o final da história é fictício.. pois se fosse real hj vc estaria fudido. Enquanto jesus ressucitaria no terceiro dia.. ehehe! piadinha sem graça!!

 
At 5:27 PM, Anonymous Anônimo said...

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At 3:07 PM, Anonymous Anônimo said...

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